3 de out. de 2009

CONSELHO AOS HOMENS

Poucos escreveram e amaram as mulheres como Vinicius de Moraes. Hoje ele me parece um poeta/escritor relegado a um plano secundário e imerecido, mas Vinicius escrevia sobre nós como ninguém.

Agora, se um cara quer conquistar uma mulher, tem de ser o Chico Buarque.
O Chico conseguiu uma das maiores façanhas (acho eu), que foi encarnar a alma de uma mulher.
Eu escrevo sobre os homens, mas não consigo me colocar no lugar deles, por isso, meus textos sempre ficam com um tom de crítica, pois apesar de ser muito fálica, ainda assim não me reconheço em um papel masculino.

Vamos ao Chico então:

"...Bonita pra que os olhos do meu bem, não olhem mais ninguém, quando eu me revelar..." (A Mais Bonita)

"...Quero ficar no teu corpo feito tatuagem
que é pra te dar coragem
pra seguir viagem
quando a noite vem
E também pra me perpetuar em tua escrava
que você pega, esfrega, nega
mas não lava..." (Tatuagem - Chico e Ruy Guerra)

"...Eu sou sua alma gêmea
sou sua fêmea
seu par, sua irmã
Eu sou seu incesto
sou perfeita porque
igualzinha a você
eu não presto
eu não presto..." (Sob Medida)

Quando a gente escuta uma música do Chico, a gente sempre acha que foi feita para nós.
Tem sempre uma que se encaixa na nossa vida de mulher.
Eu ainda sou privilegiada, pois tem "A Rita" e meu pai sempre cantava pra mim. Eu achava que a música era minha.
Então rapazes românticos (ou os que querem ser passar por tal)escrevam um cartão com um pedaço de canção do Chico, (não esqueçam de colocar o crédito, pois não há nada mais ridículo que receber um texto plagiado de alguém) e um belo bouquet de flores e a moça tá no papo.
Agora se você conhece algum compositor romântico ou a moça é chegada em breganejo, tá valendo.
Boa sorte.

Obs. As músicas foram retiradas do livro "TANTAS PALAVRAS" do Chico Buarque, com Todas as Letras e reportagem biográfica de Humberto Werneck, editora Companhia das Letras.

2 de out. de 2009

FAMÍLIA



Minha família é foda.
Não conheço gente mais debochada e crítica.
Novela, só para arrumar apelidos.
Somos divertidos, barulhentos e gostamos de bobagens.
Minha mãe rem 71 anos e tem memória para todas as piadas que os outros contam. Somos o Casseta&Planeta familiar.

Hoje vou postar um texto (Poesia de Plautus Cunha musicada por Falcão no CD "Do penico à bomba atômica"), que minha mãe gosta de declamar para os pequenos acima de..... sei lá quantos anos.
Obs. Sou a menos debochada.

Lá vai:

Lá no alto daquele cume
Eu plantei uma roseira
O vento no cume bate
A rosa no cume cheira

Quando cai a chuva fina
Salpicos no cume caem
Formigas no cume entram
Abelhas no cume saem

Quando cai a chuva grossa
O barro do cume escorre
A água do cume desce
E o mato no cume cresce

Quando cessa a chuva
No cume volta a alegria
Pois volta a brilhar de novo
O sol que no cume ardia

Pela poesia, vocês podem imaginar porque todos os sobrinhos-netos e netos adoram minha mãe. Desde os pequenos, até os que estão na faculdade.

2 de ago. de 2009

MANSOS X BRAVOS


No sermão das Bem-Aventuranças, Jesus diz:
"Bem-aventurados os mansos, pois eles herdarão a terra" (Evangelho de Mateus, capítulo 5, versículo 5).
É gente, não vou herdar nada porque de mansa nem o olho de gato na minha cara.
Venho de uma família de mulheres bravas. Talvez das três, a menos seja a Vanessa, mas é melhor não pisar no calo dela.
Meu pai sofria, com esposa e três filhas em casa. Nenhum menino para ele agradar com carrinhos Matchbox.
Normalmente, na minha vida diária, não sou brava. É preciso uma provocação.
Sou discreta, leal, fiel e nem um pouco curiosa.
Se ninguém quer me contar nada pessoal, eu não pergunto nada e se disser que é segredo, sou capaz de esquecer a conversa.
Não gosto de injustiça e mau caratismo, o resto perdoo. Fofoqueiros de plantão, "lingudos" (palavra que meu sobrinho "pegou" do meu cunhado Juninho para o nosso deleite, ao invés de linguarudos), retardatários, falantes, mudos, não me incomodam.
Se estou em uma mesa e o papo começa a me encher, faço uma cara de landscape e me abstraio totalmente. Fico completamente surda.
Mas se a coisa foge do controle e sobra pra mim, aí não tem perdão. A língua é ferina e o humor é cáustico. Palavrão, só se estiver muiiiiito bêbada senão uso a mais linda "Flor do Lácio". Portugues curto e grosso.
Difícil passar pela minha ira impune. Sou devota de São Jorge Guerreiro e filha de Iansã (Santa Bárbara das tempestades e raios).
Para o Pedro Paulo, mais culto e romântico, sou Sturm Und Drang (Tempestade e Ímpeto).
Mas sou uma irada pré-arrependida. Quase imediatamente após a explosão, já me arrependi e, se no caso, o atacado for amigo (a) do peito, peço desculpas quase imediatamente após o ocorrido.
Mas se não for amigo, o desafeto passa a ser um ser invisível, indiferente, pois não sou rancorosa. Dou a porrada, viro de costas e esqueço o ocorrido.
Na verdade, sou uma mistura de feirante italiano com prima-donna de ópera.
Acontece de eu receber um "escabadá" e ficar quieta na hora, por causa do ambiente ou de quem estiver por perto e não tem nada a ver com a coisa, mas aí a situação piora consideravelmente do que se eu tivesse respondido na "bucha".
Meus amigos (as)já sabem, se eu não responder na hora, o pobre vira desafeto mesmo.
Sem raiva, sem ódio, mas uma indiferença gélida. E detesto aquele ditado babaca (dou um boi para não entrar em uma briga, e uma boiada para não sair). Coisa de ignorante.
Ah! Como invejo os mansos!
Não ficam com dor de estômago, não enrubescem, não balançam os braços de um lado para outro.
Mas cada um tem suas armas para se defenderem na vida.

- Existem os mansos bons, mansos mesmo. Recebem o tapa na cara e vão para casa chorar. Não se defendem.
- Existem os mansos fingidos. Se mostram compreensíveis, condescendentes e querem te deixar com culpa. São a pior espécie de mansos, os dissimulados. Conheço alguns.
- Existem os mansos sonsos. Fingem que não é com eles.

- Existem os bravos por impulso. Se arrependem, ficam com dor de estômago, pedem desculpas e vão a terapia.
- Existem os bravos cretinos. São maus e fazem para ferir, ver o outro sofrer.
- Por fim, os bravos malucos. Atacam e depois esquecem. Não se lembram de jeito nenhum.

É como eu disse antes. Cada um usa suas armas, pois como observou Guimarães Rosa, "viver é muito perigoso".

26 de jul. de 2009

LUMINÁRIA NOVA


Eu tremo.
A maioria das pessoas não percebem, mas eu tenho o que os neurologistas chamam de "Tremor Essencial ou Familiar". Quando terminei o curso de cozinha no SENAC, pensei em fazer o de garçom (duraria mais 6 meses), mas me dei conta de que não consigo segurar uma bandeja só com uma mão.Tremo mais quando estou de ressaca, numa situação de tensão e stress e tem dias em que eu absolutamente não tremo. Para os outros é imperceptível, mas às vezes para mim é um saco. Bom, mas o tema não é esse.
Comprei uma luminária nova para o meu quarto e como estou acostumada a trocar reparos e buchas de torneiras, lâmpadas e outras coisas que os homens fazem com "uma mão amarrada", resolvi instalá-la.
Sou aquele tipo de pessoa que compra um eletrodoméstico ou um celular novo e leio o manual inteiro.
Bem, a luminária não veio com manual.
Imaginem a cena: eu, de pijama de cetim de calça e mangas compridas (não sei porque tenho a péssima mania de lavar louça, varrer casa e outras tarefas domésticas com a roupa de dormir. É claro que depois tenho de botar pra lavar, então uso umas 5 camisolas por semana).
Pego a escada, abro a dita cuja. Vou à gaveta de ferramentas pego duas chaves de fenda e dois alicates.
Desatarracho os parafusos que seguram a cúpula de vidro, coloco uma lâmpada comum de 100 (odeio a luz das lâmpadas econômicas, mas as tenho em meus abajures de leitura), volto a colocar os parafusos e pronto, já está com a lâmpada.
Desligo os disjuntores (não sou nenhuma oligofrênica e detesto levar choque)e subo na escada para retirar a luminária antiga. Quem instalou a tal (deve ter sido um dos meus cunhados)apertou tanto a rosca do acabamento, que quase desisti. Retiro a velha e desço da escada. Esqueci de subir com um alicate maior. Subo de volta e corto a fiação e desço para levar a velha para fora.
Sentada na cama, desencapo a fiação doa luminária nova. Facinho. Fios fininhos.
Subo de volta e desencapo a fiação da casa (grossona)com estilete. Desço de novo e pego a nova, mas como não tem ninguém para segurá-la para mim, seguro com os dentes o fio para a cúpula não bater no apoio da escada.Faço a ligação dos fios e procuro por fita isolante. Tem de um tudo na gaveta de feramentas, veda-rôsca, durex, Araldite, fita-crepe, fita larga para vedar caixas de papelão, mas nada de fita isolante.
Ligo para meu cunhado e ele é assertivo;"nada de durex.Pode ressecar e fechar curto".
Vou lá fora e pego as fitas do lustre antigo e elas são nojentas, melequentas e não querem colar direito. Anyway, coloco a bosta da fita isolante nojenta e por cima durex. Seja o que Deus quiser.

Foi aí que começou a tremedeira.
Seguro a porra do lustre com os dentes, subo no último degrau da escada e aparafuso uma pecinha de lata (uma reguinha com abas ovais e um buraco no meio por onde passa o fio e você atarracha o acabamento). Tenho que fazer certo para o troço não cair.
Levanto o acabamento (aquela tampa redondinha que fica no teto), ainda segurando o fio com os dentes e fico mais ou menos uns 10 minutos tremendo e tentanto atarrachar a coisa na reguinha. Acabei, mas aprendi umas coisas.
Os homens colocam as ferramentas nos bolsos para não subir e descer o tempo todo. Tentei colocar os alicates na cintura do pijama, mas o elástico é frouxinho e a calça caía toda hora. Alguém devia ter filmado o mico. Devo ter demorado no mínimo uma hora para fazer o serviço.
Outra coisa. É bom ter uns óculos de proteção pois cai uns pozinhos de dentro do buraco direto no olho.
De qualquer maneira, terminei o negócio, liguei os disjuntores e acendi a bosta da luminária. Funcionou.
É claro que um dos meus cunhados virá aqui e vai reinstalar tudo de novo, mas eu consegui. Espero que ela não caia em cima de mim, pois está acima da minha cama.
Quando terminei tudo, guardei a escada, as ferramentas, varri o chão, tirei o pijama, pus para lavar e tomei um super banho, pois estava completamente suada, com uns pedacinhos de rebôco e tremendo sem parar.
Meu próximo desafio, vai ser instalar chuveiro.
Me desejem boa sorte.

A foto acima é da luminária. Tirei com o celular. Não sei se está visível para vocês mas ficou linda de morrer.

25 de jul. de 2009

A PRINCESA E O SAPO


Era uma vez uma linda Princesa que morava num Reino bem distante.
Ela era linda, muito linda.
Ela tinha cabelos loiros bem lisos com escova progressiva, seios de silicone com 450ml cada, personal trainer, dentes branquinhos clareados com odontólogo especialista, nutricionista, depiladora, manicure, pedicure e vários outros servos que a deixavam linda sempre.
Viajava duas vezes ao ano no seu jato particular para lugares exóticos e para os desfiles de moda, mas ela era muito infeliz, pois sentia-se muito só.
Num belo dia de sol e céu muito azul, ela estava passeando pelos jardins do palácio quando sentou-se à beira de uma fonte de mármore para descansar, e apareceu um batráquio enorme. Ele era horrível e muito grande, e para sua surpresa falou com ela:
- Oh! Linda Princesa! Eu sou um Príncipe que foi amaldiçoado por uma bruxa que me deu esse aspecto horrível de sapo, e o encanto só será quebrado se uma linda Princesa me beijar, então voltarei a ser homem novamente.
A Princesa linda pensou um pouco e deduziu que não custava nada tentar, pois no seu Reino, todos os homens interessantes ou eram casados, ou gays.
Passou bastante gloss nos lábios (para tocar o mínimo possível a pele do batráquio) e morrendo de nojo, beijou-o.

Abracadabra!!!!!

O sapo se transformou em um lindo Príncipe de cabelos negros e sedosos, dentes branquinhos como os dela, barriga de tanquinho, maravilhosas pernas e bíceps (e é claro que ela reparou que ele com aquela calça justinha, era muito bem dotado).
Sem perda de tempo, resolveram se casar (claro que havia um contrato nupcial, pois o Príncipe lindo, também era muito rico).

No primeiro ano de casados, tudo correu relativamente bem. Eles estavam apaixonados e eram ótimos na cama. Foi no segundo ano que as coisas começaram a desandar.
O Príncipe não sabia que mesmo Princesas muitos lindas, soltam pum e fazem cocô todo dia. Ele não sabia que também elas menstruavam de 28 em 28 dias, e antes disso, ficavam com um humor insuportável chamado TPM.
A Princesa não sabia que mesmo os Príncipes muito lindos, depois de andarem à cavalo por muitas horas, ficavam com um cecê horrível, quando iam caçar em mata fechada, voltavam cheios de carrapatos nas pernas e até no saco, também soltavam pum e faziam cocô todo dia, e o que é pior, ainda arrotavam e não trocavam a cueca regularmente!

Que pena! Eles eram tão lindos!!!!!
Ela começou a ter dores de cabeça horríveis quando iam transar e ele para se satisfazer, transava com as camponesas, estalajadeiras e cortesãs.

Um belo dia, a linda Princesa foi fazer seus exames de rotina e descobriu que estava com gonorréia. Ela ficou furiosa com o lindo Príncipe, pois ele a havia passado DST! A linda Princesa!
Como ela era loira, pediu uma reunião com seus conselheiros que logo tomaram as providências cabíveis.

Mandaram um bando de soldados atrás da bruxa horrível e a obrigaram a transformar o lindo Príncipe em batráquio/sapo novamente.

O lindo Príncipe viveu feliz da vida coachando na sua fonte de mármore, comendo moscas e fazendo girinos sem mulher para encher seu saco, e a linda Princesa voltou a ficar só e linda sem gonorréia.

De vez em quando, ela toma um porre numa casa noturna badalada no Reino, bate o Mercedes no poste, sai nos tablóides drogada e sem calcinha e vai duas vezes ao ano em seu jatinho para uma clínica de reabilitação em Palm Beach.

Assim termina nossa história.
E eles viveram felizes para sempre.

Separados.

19 de jul. de 2009

HOMENS.......


Adoro homem, mas:

Já falei mal dos homens neste blog.
Vamos lá de novo:

Porque os homens se contradizem tanto em relação a nós?
- Se somos bem sucedidas no trabalho, reclamam que não somos boas donas-de-casa
- Se somos só donas-de-casa (o que não é fácil nem reconhecido), o cara nos despreza pois não temos "carreira"
- Se queremos discutir a relação, somos chatas e não há nada a dizer
- Se não queremos discutir a relação (ai meu saco!), somos insensíveis e relapsas
- Se temos "dor de cabeça" para não transar, eles ficam putos
- Se queremos transar a qualquer hora, somos ninfomaníacas insaciáveis
- Se gostamos de nos vestir bem, somos vaidosas, somos fúteis demais, gastamos muito com bobagens
- Se não nos cuidamos, não ligamos para nossa aparência, somos relaxadas
- Se você tem seu carro e dirige, com certeza ele diz que você dirige mal
- Se você não tem carro e não sabe dirigir, você é doida. Como é que pode?
- Se ganha mais que ele, se sente diminuído. Menos másculo.
- Se ganha mais que você, é um completo pão-duro.
- Se você quer se casar, ele morre de medo
- Se você não quer se casar, ele tem mais medo ainda
- Se for mais inteligente que ele, tem que fingir que é burra
- Se for burra, eles te tratam como bichinho de estimação. Até dão tapinhas na sua cabeça, como fazem com os cachorros
- Se você coversa em uma mesa de igual para igual sobre assuntos que eles consideram coisas de homem, você é assexuada, não serve para transar
- Se você discutir abertamente sobre sexo em uma mesa onde estiverem amigos e amigas dele, você é uma piranha desbocada
- Se estiver em uma mesa com amigos e amigas dele(que você não tem o menor conhecimento e intimidade), e ficar na sua, ele reclama que você não é sociável

Bom, é por essas e as outras anteriores, que desenvolvi um plano para fazer dar certo.

- Ser uma mulherzinha bonita, limpinha, arrumada e gostosa
- Aprender sobre futebol, corridas de Fórmula 1 e outros esportes
- Fazer sexo sem se envolver emocionalmente
- Pegar o telefone, dizer que vai ligar, mas não ligar (não dê o seu). Aquela conversa fiada, "deixa que eu te ligo...."
- Inventar mentiras com aquela carinha de anjo, boquinha pintada e os olhinhos piscando com bastante rímel
- Dar mole e cair fora na hora H
- Paquerar vários de uma vez (claro que não na frente uns dos outros) para sempre ter um step
- Ter uma agendinha para dar notas pelas perfomances sexuais
- Botar as pernocas de fora, fazendo aquela carinha de quem gosta de trepar,andando pela rua com aquele sorrizinho de Mona Lisa
- Combinar de se encontrar já no lugar marcado, e depois ligar avisando que sua avó está donte no Mater Dei
- Dar a ele uma transa daquelas de matar de exaustão, levantar da cama, vestir-se e ir embora para casa,tomar um banho e dormir em sua caminha, sozinha

(Se lembrarem de mais algum estratagema, favor colocar em comentários)

Com todo este esquema pronto, você vai ter pelo menos um idiota se arrastando atrás de você deixando uma gosma de piedade, que é o que acontece quando eles fazem isto com a gente.

Resumindo: você vira a vagabunda que eles adoram e age como eles.
Que tal?

Em tempo: Não confiar em NINGUÉM, nem na melhor amiga. Mais um conselho "em boca fechada não entra mosca".

Seja uma vagabunda discreta.

P.S. Se um dos tópicos acima, for repeteco daquele outro texto, me desculpem. Não é mera coincidência.

11 de jul. de 2009

COM PENTELHO OU SEM?


Outro dia liguei a TV e vi uma cena do filme "O Escorpião Rei" e percebi que o protagonista tinha as axilas depiladas, mas os cabelos compridos! Deve ser coisa de fisiculturista....
Eu até entendo que alguns atletas se depilem mas a moda agora em Beverly Hills, são os caras "normais" se depilarem.
Braços, pernas, saco, torso, costas, bunda, orelha, nariz, pescoço e nuca. Ou seja, tudo. Ah! As sobrancelhas também merecem um trato.
Juro!
Ninguém quer sair com um cara que tem pêlos saindo do nariz e das orelhas como um Hobbit, ou um ogro, mas depilar tudo? Existe um aparelhinho para cortar esse pelinhos do nariz e das orelhas ou um barbeiro pode fazer este serviço com competência.
A pergunta é: porque o cara depila o pescoço, o pomo-de-adão até o começo do queixo e não depila a barba toda de uma vez?
Porque depilar a nuca para conservar o corte de cabelo por mais tempo?
Várias sessões de depilação à laser, fazem o pêlo parar de crescer para sempre, então depila logo a barba toda pô.
Porque esta aversão aos pêlos do corpo?
Tive namorados com muito pêlo e pouco pêlo. Pra mim tudo bem. Ninguém quer ficar entalado com um pentelho na goela, mas acontece em ambos os sexos, faz parte do negócio.
Depilar o saco? Isso é coisa de mulher e só Deus sabe como sofremos para deixar a "coisinha" lisinha sem muito pentelho pra atrapalhar. As axilas e as pernas não doêm a metade do que dói fazer depilação na "coisinha".
Eu não sei porque os caras estão querendo disputar com a gente na "perfumaria".
Já vou avisando que não durmo com cara depilado no saco. O cara fica parecendo eunuco ou criança. Argh! Que nojo!
Para mim basta o cara ser limpo. Tomar banho, cortar as unhas dos pés e das mãos (homem que vai a manicure, também é foda!), passar desodorante, trocar a cueca e as meias todos os dias, se quiser usar perfume tanto faz, vestir um jeans e uma camiseta limpos e está ótimo!
Se for mais vaidoso com as roupas, tudo bem, eu também sou, mas cara que depila?
Tô fora!

10 de jul. de 2009

Epoca



Gotan Project
Composição: Eduardo Makaroff / Philippe Cohen Solal / Christoph H. Muller

Si desapareció
En mi aparecerá
Creyeron que murió
Pero renacerá
Llovió, paró, llovió
Y un chico adivinó
Oímos una voz, y desde un tango
Rumor de pañuelo blanco

No eran buenas esas épocas
Malos eran esos aires
Fue hace veinticinco años
Y vos exístias

No eran buenas esas épocas
Malos eran esos aires
Fue hace veinticinco años
Y vos existías, sin existir todavía

Si desapareció
En mi aparecerá
Creyeron que murió y aquí se nace
Aquí la vida renace

No eran buenas esas épocas
Malos eran esos aires
Fue hace veinticinco años
Y vos exístias

No eran buenas esas épocas
Malos eran esos aires
Fue hace veinticinco años
Y vos existías, sin existir todavía

9 de jul. de 2009

Flores I


Tudo terminou com um bouquet de flores.
Coloquei-as em um vaso, rasguei o cartão.
Deixei murcharem, despetalarem.
Algum dia, ajuntei os talos e pétalas e joguei no lixo.
A água, despejei no vaso sanitário.

3 de jul. de 2009

MY FAVORITE THINGS



· Livrarias pequenas e é claro,livros
· Música
· Beijo na nuca
· Sapato de plástico Melissa
· Havaianas “as legítimas”
· Barulho de chuva
· Cafeterias
· Mauricinhos
· Dicionários
· Flores, árvores e montanhas
· Ler deitada na rede
· BH
· Calça jeans dois números maior
· Brechós
· Sexo e risadas
· Rendas
· Silêncio
· Pesquisar
· Arte e
· Listas

27 de jun. de 2009

SER BONITA OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO.



Afinal o que é ser bonita?
Para nossa cultura pop, bonita é ser magra, malhada, nossos cabelos devem ser lisos, brilhantes e de preferência devemos ser louras.
Ser formos muito inteligentes, somos chatas, não bonitas.
Se usarmos óculos, não pegamos nem a Gripe Suína.
As inteligentes, precisam usar de toda sua capacidade cerebral com homens burros, para não se sobressaírem.
Se cozinhamos bem eles querem que os alimentemos, afinal o peixe morre é pela boca...
Sempre sofri, pois nunca fui bonita. Era taxada de "diferente".
Branquela, magrela, cabelos negros e olhos puxados.
Na adolescência, fui a um cirurgião plástico para operar meus olhos orientais. Minha mãe descobriu e é claro quase me matou. Graças a ela, meus olhos são a minha marca registrada, mas na cor dos cabelos, fiz o que quis. Hoje estou ruiva, de novo.
Aos vinte, tinha um lindo corpo.
Aos trinta, era fabulosa.
Agora, aos quarenta, virei La Maja Desnuda de Goya. Vide foto acima.
Nunca me peso.
Amanhã começo um regime. Nem que faça jejum, mas eu emagreço.
Espero que meus peitos não caiam pois apesar dos 44 anos, ainda posso andar sem soutien.

SEM EIRA, NEM BEIRA



Sem eira, nem beira, ando pela Savassi.
Debaixo do sol.
A lua agora, é para dias especiais.
Pessoas especiais.
Amigos raros.
Entes amados.
Nunca reparo as pessoas à minha volta, andando pela Savassi.
Só ando, flanando, às vezes de chapéu.
Meu coração quebrou e o conteúdo que era amor, vazou.
O amor que eu disse não querer mais sentir, voou.
Voou.

8 de jun. de 2009

La Cucaracha



Sempre que acabo um relacionamento na minha vida, primeiro sinto uma sensação horrível de fracasso, depois aquele luto acompanhado da dor lancinante no coração; aquela nostalgia e tristeza por ter perdido aquilo que poderia "ter sido" e, finalmente a cura acontece e a gente se sente indiferente.
A indiferença vem aos pouquinhos.
Começo a sair à noite evitando lugares que possivelmente, mas não provavelmente possa encontrar o sujeito; daí a pouco percebo que já estou freqüentando qualquer lugar despreocupadamente e... finalmente, arrumo um rabicho. Nada sério, mas um cafuné, um cineminha, sexo com certeza, mas a certeza também de que isso não vai se tornar uma coisa séria.
Não sei se acontece o mesmo com todas as mulheres, mas de alguma maneira todo mundo tem seu método de "desencanto".
Tenho desafetos que viraram grandes amizades e outros, não têm escapatória. Fiquei tão ferida que não consigo ter nenhum tipo de relacionamento social com a figura. Vejam bem, não é raiva. É uma espécie de desprezo por mim e pelo sujeito. Um nojinho.
Mas este preâmbulo todo é para contar que o mais divertido de se curar de um grande amor, no meu caso, é "matar" o cara. Claro, clarísssimo que é uma coisa ficcional. Sou doidinha, não psicopata.
Enumeremos (não todos):
• Ex-marido - acidente automobilístico;
• Engenheiro gostoso - morreu afogado com o Leonardo DiCaprio e a Kate Winslet no Titanic (tava na moda);
• outro Engenheiro (super inseguro) morreu no atentado às Torres Gêmeas. Esse então deu o maior Ibope, pois o cara era muito pop e os especuladores sempre vinham atrás de mim, sabendo muito bem que ele nem estava mais no Brasil: "Cassinha! E o fulano? Vai bem?" A cara-de-pau respondia bem séria: "Sabe não? Morreu na queda do World Trade Center!!!!" Coitado..."
• Depois deste, teve um que morreu no grande Tsunami enquanto eu passava o Ano Novo num sítio, tomando champagne e comendo mariscos;
• O último morreu de forma espetacular. Sofri tanto que primeiro o transformei em uma barata (desculpe-me o plágio, Kafka). Fiquei dias imaginando que o cara era uma barata. Saí para a garagem do prédio e pronto! Tava lá! Uma baratona enorme e cascudona. Pisei com força sem titubeio nem nojo com minhas Havaianas alaranjadas. Certeiro o golpe, só que deixou uma gosminha na sola.
Paciência, nem sempre a gente consegue se livrar de tudo. Às vezes fica uma gosma mesmo.
Essa semana quase matei um amigo no conflito da Somália, mas voltei atrás. Amigo é mais difícil de matar.
Mas nada a comemorar ou lastimar.
Sou como os felinos. Caio do alto, mas aterrisso em pé.

2 de jun. de 2009

O Que os Homens Querem?


Freud fez a famosa pergunta:
- O quê querem as mulheres?

Bom, eu não sei bem o que quero. O querer é escorregadio, fugaz, etéreo. Ele depende de uma série de fatores da nossa necessidade urgente. Preemente.
Mas eu acho que ele não fez essa pergunta assim tão inocentemente. Para mim o subtexto é: o quê querem as mulheres, dos homens?
Se não sei o que quero da vida, tenho certeza das minhas expectativas em relação aos homens, mas não vou falar delas aqui.

Muita intimidade estraga a amizade.

Vou falar o que sei sobre o que os homens NÃO querem:


1. Não gostam de mulheres inteligentes;
2. Não gostam de mulheres totalmente burras (mais ou menos burra, tá valendo);
3. Não gostam de mulheres que gostam de esporte;
4. Não gostam de mulheres que NÃO gostam do esporte DELES;
5. Não gostam de mulheres que fumam quando eles não fumam;
6. Não gostam de mulheres que NÃO bebem;
7. Não gostam de mulheres beberronas;
8. Não gostam de mulheres independentes;
9. Não gostam de mulheres dependentes demais;
10. Não gostam de mulheres que choram à toa;
11. Não gostam de mulheres que nunca choram (são duronas);
12. Não gostam de discutir a relação;
13. Não gostam quando a mulher NÃO quer discutir a relação (se sentem inseguros, desprezados e carentes);
14. Não gostam de terminar a relação. Sentem-se tão poderosos que acham que isso é serviço pra mulher, assim eles sempre se safam como bonzinhos;
15. Existem aqueles que terminam, mas sempre dão um presente (será por quê ???);
16. Não gostam de sinceridade (90% querem que a mulher seja má. Vagabunda mesmo!);
17. Quando a mulher NÃO é vagabunda, eles não a valorizam e se tornam uns galinhas;
18. Quando a mulher é vagabunda, eles morrem de dor-de-cotovelo;
19. Não gostam das feias (se bem que isto pode ser relativo. Feia pra uns, bonita para outros);
20. Alguns se vangloriam, mas não ligam pra sexo. Preferem futebol.
21. Alguns só pensam em sexo, mas o desempenho deixa a desejar;
22. Nenhum deles gosta de camisinha;
23. Todos gostam de sexo oral;
24. Se o cara achar que você é independente demais, ele “racha” a conta, mesmo sem saber que você está super-dura de grana;
25. Não gostam da palavra amor. O amor é comprometedor demais;
26. Têm medo das mulheres que não querem casar;
27. Têm medo das mulheres que são loucas pra casar;
28. Têm medo das mulheres que não querem ter filhos;
29. MORREM de medo de engravidar alguma mulher por acaso.
30. Na próxima encarnação, vou ser loura.


Você não acha difícil?
Dificílimo.

31 de mai. de 2009

PODÓLATRA DE MIM MESMA




Os Livros que Não Li



Estive pensando nos livros que não li.
Quando era mais jovem eu me obrigava a ler até a última página, gostando ou não. Hoje menos paciente e mais segura do que gosto não me obrigo mais a tal feito.
Vou tentando e se perco o interesse, largo sem consciência pesada. Ou seja, encheu o saco, largo.
Muitos dos que não li, dei aos amigos ou a bibliotecas; outros deixei na estante para tentar quando for mais velha e paciente.
Vai aí uma lista:
• Uma História dos Povos Árabes – Albert Hourani – Deve interessar mais aos historiadores ou antropólogos. Difícil deglutir.
• Em Busca do Tempo Perdido – Marcel Proust – 7 volumes – Li os 2 primeiros
• O Relatório Buchenwald – Org. David A. Hackett – uma série de depoimentos e estatísticas dos prisioneiros libertados do Campo de Concentração de Buchenwald. Muito triste, mas também muito repetitivo. Sou obcecada com livros sobre o Holocausto, mas este não deu. Existem outros livros com depoimentos mais esclarecedores, poéticos e tristes, mas esclarecem de forma mais pessoal o sentimento do autor.
• As Mil e Uma Noites – Versão de Antoine Galland – Tradução de Alberto Diniz – Apresentação Malba Tahan – A compra dessa versão foi um erro. O tradutor podou tudo que ele achou “imoral e erótico”. Aconselho que comprem uma tradução em português mais confiável ou ler a tradução feita em inglês de Sir Richard Francis Burton. Ele foi um dos pioneiros a traduzir do árabe e não teve o menor escrúpulo em retirar as partes “picantes”, talvez, as mais interessantes.
• História Trágico-Marítima – Org. Bernardo Gomes de Britto – Sem comentários
• Deus Uma Biografia – Jack Miles – Chatérrimo
• História das Inquisições – Francesco Bethencourt – Sem comentários
• Ulisses – James Joyce – Quem disse que já leu, está mentindo. Traduzir Ulisses para o português, é como traduzir Grande Sertão, Veredas para o inglês. O tradutor não tem a menor chance. Se você é foda, leia o original. Eu não sou foda.

Agora, para não desanimar os leitores, o que eu li recentemente e amei:
• A Elegância do Ouriço - Muriel Barbery – Muito sutil e elegante. Precioso.
• A Menina que Roubava Livros – Markus Zusak – Lindo!!!!!!!!!
• O Grande Bazar Ferroviário – Paul Theroux – Para quem ama descrições de viagens, principalmente as de trem.
• O Rei de Havana e O insaciável Homem-Aranha – Pedro Juan Gutiérrez – Cuba em toda sua crueza e pobreza.
• As Benevolentes – Jonathan Littel – Têm de ter estômago ou culhões. Tive de ler duas vezes. Fiquei chocada, enojada, estarrecida, confusa, mas deve ser lido. Apesar de asqueroso, mostra o nazismo sob a perspectiva de um burocrata do partido, narrado na 1ª pessoa, totalmente amoral. Fiquei perplexa. Culpo o jornalista Marcinho Fagundes pela indicação e soube que um ou dois machos que vomitaram durante a leitura. É um desafio.
• O Caçador de Hereges – Luther Blissett – Para quem se interessa sobre o cisma da Igreja Católica na Alemanha com a Reforma de Lutero e a criação de várias outras seitas consideradas heréticas. Descreve o massacre da cidade Münster por causa dos anabatistas. Muito interessante.

Atenção: não desejo impor meu gosto literário a ninguém, são apenas minhas indicações. Se quiser ler Paulo Coelho, ok.

29 de mai. de 2009

O Grito



“ .... Shout, shout, let it all our
These are the things I can do without
Come on, I’m talking to you, come on…..”
Tears for Fears


Sonhei que estava sendo perseguida e não conseguia gritar. Abria a bocarra e não saía nenhum som. Conversei na terapia, mas ela disse para eu não levar muito a sério (ela não é psicanalista).
Fiz psicanálise durante um bom tempo e conheço bastante a obra de Freud para interpretar meus próprios sonhos.
Hoje faço outro tipo de terapia, pois não consigo me abrir com os outros e quando isso acontece 99,9% das vezes me decepciono.
Antes eu ficava literalmente arrasada com os amigos, mas hoje compreendo que os outros não têm obrigação de carregar minhas frustrações e problemas. Cada um deles, já tem o seus para elaborar.
É claro que existem aqueles que incondicionalmente te ouvem e compreendem. Escutar sem julgar é um dom que poucos possuem. Mas são raros, raríssimos.
Quanto mais madura me torno, mais descubro sobre mim mesma e os outros, então vão se escasseando as amizades.
Não significa que não possa ter uma vida social repleta de conhecidos queridos, mas amigos tenho poucos.
Depois da minha depressão, descobri que nada é mais importante do que “decifro-me ou devoro-me”. Cada vez mais sinto o quão é vital saber sobre mim.
Sou o que sou, mas espero melhorar.
Para aqueles que me escutam e tentam me compreender, desejo todo o meu amor.
19/03/09

28 de abr. de 2009

Porque Fiz Esse Blog

Um amigo me perguntou porque o meu blog era tão pessoal.
Pensei seriamente sobre o assunto e resolvi que talvez, simplesmente talvez, outra pessoa tivesse a mesma curiosidade.
John Donne disse:"ninguém é uma ilha", mas eu era.
Passei grande parte da vida interpretando uma personagem muito bem ensaiada, muito segura para enganar a mim e aos outros.
Como um caracol, eu tinha uma casca, mas por dentro me sentia muito mal.
Apesar de conversar muito (tipo faladeira mesmo), ninguém sabia nada sobre mim.
Magoei muitos amigos com palavras inadequadas, em momentos errados, com agressividade. Eu era uma panela de pressão esquecida no fogão.
O que realmente precisava dizer, ficava entalado na garganta como se eu estivesse sendo sufocada.
Em contrapartida, fui sempre discreta e leal com as pessoas. Tornei-me uma antena parabólica que recebia sinais como confidências, decepções, mágoas alegrias; todo tipo de sentimento dos amigos, aconselhava, acolhia repreendia, mas eu não conseguia transmitir os MEUS sinais. Não desabafava.
Então fiquei doente.
Saí do Teatro da Cidade, depois de sete anos, achando que era cansaço pelo horário noturno, que não me permitia ter uma vida social mais flexível. Mas não era cansaço. Era depressão. Muitos anos de depressão.
Muitas pessoas tem vergonha de admitir e outras, preconceito contra os que tem, mas eu não me incomodo.
Esse assunto não faz parte da minha vida social diária, pois sei que muita gente também sofre com "a doença" e não se dá conta e outros tem e se tratam.
É mito imaginar que o deprimido fica em casa vegetando o tempo todo deitado e chorando.
Eu sou um exemplo do contrário. Saía muito, namorava, transava ou seja , fazia tudo que uma pessoa considerada "normal" também faz.
Meus sintomas eram outros. Angústia, sensação de derrota, auto-estima no buraco e agressividade gratuita.
Hoje, vou à terapia uma vez por semana e tomo remédio todos os dias.
Estou curada? Não sei, mas sou mais feliz.
Faço as coisas com mais calma e analiso meus sentimentos e pensamentos com mais racionalidade. Não saio de casa como antes, prefiro a casa de amigos. Ouço música, mas o silêncio é meu melhor companheiro.
Meu humor ainda é cáustico e minha braveza italiana se manisfesta também. Procuro fazer o máximo para não exigir muito de mim. A vida é curta.
Comecei o blog para que eu consiga expressar melhor para mim e quem quiser ler. Meu blog é pessoal? É muito pessoal.
Não cito nomes de pessoas (quando cito, é trocado). Não exponho ninguém, só a mim. Ninguém é obrigado a ler e não divulgo para o mundo. Tudo que escrevo sai da minha cabeça.
É a minha verdade.
Quando faço citações, coloco sempre o nome do autor, pois apesar de invejar alguns escritos, respeito o fato de não serem de minha autoria.
Tudo acima descrito, foi sem tristeza nem auto-piedade.
Espero sinceramente ter dado uma resposta satisfatória ao meu amigo e a outros que porventura estavam curiosos.
Beijo a todos.

12 de abr. de 2009

PALAVRA

"Palavra prima
uma palavra só, a crua palavra
Que quer dizer
Tudo
Anterior ao entendimento, palavra"
(Uma Palavra - Chico Buarque)


Dia 26 de abril, faria um ano que eu estava me torturando por causa de uma palavra.
Eu sou uma pessoa etimológica. Gosto das palavras, de saber o que elas significam, a origem e o mais importante de tudo, a verbalização.
Quando eu fui rejeitada, eu inventei um monte de coisas para justificar (ninguém quer ser abandonado), mas sempre a culpa era minha: sou gorda, não sou esportiva, , não torço pro Galo, não sou bonita o suficiente, ele tem vergonha de mim, sou velha, sou, sou, sou..........etc.
Dias atrás recebi um e-mail que fez com que acabasse toda a minha obsessão. Palavras também significam respostas.
Porque projetei uma idéia fixa de de perfeição em um cara que não tinha a menor intimidade comigo?
Na verdade eu me achava uma bosta e pra mim ele era perfeito.
Acho que todo mundo já passou por esse desperdício de afeto a quem não nos pode retribuir, mas uma coisa é certa, não temos bola de cristal e vale dizer que o amor é cego, independente da idade, cultura, sabedoria ou experiência que tenhamos. Aí é que a palavra se torna importante.
Acho que nossos segredos e nosso passado são coisas que não devemos obrigação em partilhar com ninguém.
Quero isentar meu ex-qualquer coisa de qualquer culpa, menos da falta de palavra.
A culpa foi minha.
Não podemos obrigar os outros a dizerem o que a gente quer ouvir, mas nesse caso a verdade é fundamental. Muitos homens gostam de "dar linha" desaparecendo,o que torna as coisas um tanto complicadas. A melhor solução é dizer que não está a fim. Dói mas a gente se cura com a certeza de que no futuro encontraremos alguém que corresponda as nossas expectativas. Quem não me ama, não deve ser amado por mim.
Hoje penso que por causa da mudez, virei uma chata, uma perseguidora implacável, mala-sem-alça tentando a todo custo obter uma palavra. E na verdade sempre soube que você não queria compromisso. Eu queria só uma atenção um pouco mais constante.
Enfim, agora me sinto liberta. Você (sabe quem) é muito especial, mas eu também sou.
No fim, são só palavras. Nada mais. Basta dizê-las.
Milhões de beijos a você que continua querido, mas agora só no cérebro, não mais no coração.
Em tempo: "Há pessoas que têm uma maneira extremamente desagradável de não dizer as coisas" Millôr Fernandes
P.S. À propósito, se quiser discutir sobre o assunto, sou a própria ombudsman do meu blog. Coragem.

4 de abr. de 2009

Brilhantina Brechó











Uma tarde na rua Tomé de Souza, Brilhantina Brechó.
Broche com camafeus, flores de pano ou de plástico (as flores de plástico não morrem - Titãs), milhões de detalhes, delicadezas à venda.
Casaquinhos de pele (comprei, mas o meu é fake), saias de renda, vestidos que minha mãe tinha e que hoje eu quero usar.
Parece uma volta ao passado cuja nostalgia, para os que gostam, nunca é satisfeita.
Agora, desempregada, não posso comprar nada, mas mesmo assim passo tardes pentelhando a Raquel e a Jana, e cobiçando as compras alheias.
Tem gente que tem preconceito em usar uma roupa que já foi usada por outra pessoa. Eu não. Não tenho o menor escrúpulo. Uso e fico imaginando quem possuiu aquilo antes de mim, se o gôsto dela era ou é parecido com o meu, se ela sente saudades daquilo que vendeu ou se só enjoou e resolveu se desfazer.
Os óculos são uma loucura e tenho uma certa predileção pelas rendas.
Uma cristaleira que serve como vitrine e enche meus olhos com tantas coisinhas e detalhes.
Já comprei coisas que considero preciosas e estão muito bem acomodadas com carinho em meu armário.
Ah Raquelzita!
Se ganho na megasena, esvazio seu brechó.
Obrigada pela paciência (Jana também) e por me deixarem sempre à vontade.
Beijocas

31 de mar. de 2009

YO NO SOY YO.
Soy este
que va a mi lado sin yo verlo;
que, as veces, voy a ver,
y que, as veces, olvido.
El que calla, sereno, cuando hablo,
el que perdona, dulce, cuando odio,
el que pasea por donde no estoy,
el que quedará en pié cuando yo muera.

Juan Ramón Jiménez
(1881-1958)

11 de mar. de 2009

À Graça, Um Anjo




Realmente não tenho como expressar minha dor neste momento. A gente passa por várias pessoas na vida e elas passam por nós. Umas deixam marcas outras,nem farelo.
A gente se convence de que algumas são amigas, quando na realidade não são e outras você quase não as vê, mas quando as encontra é pura felicidade.
Minha amiga era assim. Boa cozinheira, coração de ouro, boa ouvinte, otimista, mas, acima de tudo uma grande batalhadora.
Meu luto na verdade, não é por ela, que agora descansa em outra galáxia,mas sim pelos que ficaram pra trás e a amaram incondicionalmente.
Luciana, Mateus.
Cintia e meninos.
Daniela e meninas.
Tiago.
O meu mais profundo pesar, solidariedade e amor a vocês.
Beijo a todos e rezo a Papai do Céu todos os dias.

Cassinha

17 de fev. de 2009

LIVRARIA CAPITU

O tempo é outro, mas a Capitu está lá.
Agora não tem mais os olhos de "cigana dissimulada", mas tem a cara do General Aníbal e seus elefantes.
Amigos velhos, novos amigos, mas o papo é de primeira.
Os livros também.
Personalidades marcantes.
Além do famoso General, tem também a Monalisa, muito mais bonita e menos enigmática que a Gioconda do Da Vinci.
Aníbal com seus cigarros mentolados que não acabam nunca e a Mona com seu cafezinho ótimo.
Ainda falta aparecer velhos conhecidos. Pedro Paulo, Luciano, Barbarossa e os paulistas que voltaram para casa, mas quem sabe? Talvez nos visitem algum dia.
Aos poucos, devagar, vamos voltando.
Dizem que "Bom filho, à casa torna", não é assim?
Como bons leitores que somos, estamos voltando.
E ouso dizer com toda honestidade, parece que somos benvindos.

Beijos a todos

4 de fev. de 2009

10 MOTIVOS PARA NÃO SE APAIXONAR

•“... Tinha cá pra mim, que agora sim
Eu vivia enfim o grande amor,
Mentira...”
Samba do Grande Amor
•“... Deixa em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d’água...”
Gota D’Água
Chico Buarque de Hollanda

•“...Quisera
Nunca tê-la encontrado
Para não ser ao seu lado
Candidato à desilusão...”
Saudade
• “...Não adianta nem me abandonar
Nem ficar tão apaixonada, que nada!
Que não sabe nadar
Que morre afogada por mim...”
Esotérico
Gilberto Gil

•“...quer saber se eu a amo, isso é tudo que todo mundo quer dos outros, não o amor em si, mas sim o conhecimento de que o amor está presente como pilhas novas na lanterna do kit de emergência no armário do corredor...”
•“...É a tragédia de amar, nada pode ser amado com mais intensidade do que aquilo que nos faz falta...”
Extremamente Alto & Incrivelmente Perto
Jonathan Safran Foer

•“... Ao mesmo tempo em que se pergunta obsessivamente porque não é amado, o sujeito apaixonado vive na crença de que na verdade o objeto amado o ama, mas não diz...”
•“... me projetei no outro com tal força que, quando ele me falta, não posso me retomar, me recuperar: estou perdido para sempre...”
Fragmentos de Um Discurso Amoroso
Roland Barthes

•“... Os amantes se amam cruelmente
e com que se amarem tanto não se vêem,
Um se beija no outro refletido.
Dois amantes que são? Dois inimigos....”
Destruição
Carlos Drummond de Andrade

•“...Quando você está sozinho – no mar, num escuro polar – uma ausência pode mantê-lo vivo. O ser amado sustenta a sua mente. Mas quando ele está só do outro lado da cidade, essa ausência devora até os ossos...”
Peças em Fuga
Anne Michaels

5 de jan. de 2009

Meus 20 Melhores CDs

Fiz uma lista com MEUS 20 melhores. Se não concordarem, paciência. Gosto não se discute.

* La Revancha Del Tango - Gotan Project
* The Glory of Gershwin - Vários
* Lauryn Hill MTV Unplugged - Lauryn Hill
* Ainda - Madredeus
* Not Too Late - Norah Jones
* Rumba Argelina - Radio Tarifa
* Bach to Africa - Lambarena
* Cape Verde - Vários
* Obrigado Brazil - Yo-Yo Ma
* Songbook Cole Porter Volumes 1 e 2 - Ella Fitzgerald
* Saara Lounge - Vários
* Sodade - Cesaria Evora
* Jazz For A Rainy Afternoon - Vários
* Back To Black - Amy Winehouse
* Hush - Yo-Yo Ma e Bobby McFerrin
* Am I Not Your Girl? - Sinéad O'Connor
* Sings Again - Chet Baker
* Réquiem - Mozart
* Benny Goodman Carnegie Hall Concert I - Benny Goodman
* Bandoneón - Rufo Herrera

Caso alguém queira informações sobre as gravadoras e datas, mande comentário que eu respondo.
A propósito: Não empresto nem meus CDs nem meus livros.

Beijos a todos