A rotina é mais ou menos assim:
Alongamento básico, sacode os braços, estala os dedos, faz careta; vira a cabeça em todas as direções, levanta os ombros, e o que todo mundo sabe fazer de básico para alongar o corpo da cintura para cima. Mais caretas.
Inalações profundas. Lentas e silenciosas em 2 tempos: inala, exala, inala, exala.
Encha (sem constragimento, segundo meu teacher) a caixa toráxica, pulmão mesmo, até o ápice. Exale e........ chega de falar de preparação.
Molha os lábios, afila-os e coloca o bocal na posição correta. Assopra pensando em Dó e......... sai Sol e olha que o Sol é mais difícil de tirar que o Dó. Que bosta!
Dava pra ser um instrumento mais fácil?
Não. Não dava.
Metade de BH me ligou: Cassinha, porque trompete??????????????
Olha gente, não sei. Juro que não sei.
Eu queria tocar sanfona, mas em BH só achei um cara muiiito exigente que queria que eu comprasse um acordeon de 80 baixos da marca Scandalli (Italiana) Maestrina. Ah, ah! Zero quilômetro é o preço de um carro pop, e usado dá pra comprar uma moto zero.
- O senhor aceita outra?
- Não. Cuidado com o que comprar, pois é tudo porcaria importada da China, Vietnã, Coréia, etc.
Eu só visualizei as criancinhas chinesas montando as sanfonas e o trabalho escravo nos países orientais. Desisti.
A verdade é que eu não escolhi o instrumento. O instrumento me escolheu. Passeei nas lojas e fiquei apaixonada pelo dito cujo. Completamente caidinha. Seu brilho, sua classe e seus pistons. Três. Só três e estão me fazendo penar.
Escuto minha mãe: - Cassinha, será que vai sair alguma coisa daí minha filha?.........
Grito: - MÃE MADRASTRA! Dá pra dar uma forcinha???!!!!!!
Não dá.
Pago um professor para me ensinar e, mesmo talvez sendo mentira, me incentivar e dizer que vou ser boa.
Para falar a verdade, sem modéstia alguma, esperem: Eu vou ser boa!
Juro!
À propósito, acho que o meu trompete é importado da China. Fazer o quê?
Este texto é para o meu amigo Marcus Urias. Ele sabe por que.
De todos os tamanhos.
Há 14 anos