20 de nov. de 2008

A BIBLIOTECA DE BABEL



Quem leu o livro “A Biblioteca à Noite” de Alberto Manguel (Cia. Das Letras), sabe como as pessoas apegadas a seus livros os organiza.

Tem gente que os coloca em ordem alfabética pelo título, outros pelo sobrenome do autor e os mais fanáticos, usam o método das bibliotecas públicas (não sei como é), com fichinhas, índice para catalogação sistemática, e outras perfumarias.
As crianças costumam organizar na prateleira, pelo tamanho. Uma graça.

É óbvio que não tenho uma “biblioteca” como a do Mindlin nem a do Manguel, mas tenho uma estante de aço de bom tamanho bem espremida da primeira à última prateleira.

Domingo passado, 16/11, resolvi dar uma geral e colocar as coisas em ordem. A maior bagunceira de livros é minha progenitora, que não lê os clássicos, retira os demais e depois coloca aonde houver uma brecha.

Caramba! Parecia a Biblioteca de Babel do J. L. Borges!

Organizo os livros nas prateleiras por assunto, nada muito obsessivo, mas se tenho três livros de Dickens, espero encontrá-los junto.
Nada combinava.

Parece que a última faxina da “secretária” lá de casa combinou com a desordem da progenitora e elas resolveram organizar como lhes convinha, ou seja, coisa nenhuma.

Os “Cinco Escritos Morais” do Umberto Eco, viraram Cinco Escritos Imorais, pois estava no meio dos quadrinhos pornográficos do Manara e outros. Manara estudando Eco.

Junto aos clássicos (Balzac, Flaubert, Gogol, etc), encontrei os infantis que guardo para meus sobrinhos se divertirem quando vão à minha casa. Madame Bovary e Contos de Perrault, assim, juntinhos.

Hoje em dia, ando muito zen e não me estressaria tanto com a bagunça, se não tivesse comprado MUITOS livros e ainda não os li todos.

Vocês que estão acompanhando a história, já compreenderam que foi necessário arrumá-los , para que existisse uma lógica para eu localizar os inéditos, tá certo?

Às vezes tenho vontade de doar tudo. Ficar sem nenhum, mas sabe como é, também não estou assim tãooooo Zen o suficiente para dispor das coisas materiais e afinal de contas, muitos deles fazem parte da minha vida.

Viajei a muitos países, amei muitos homens e chorei por muitas tragédias através dos livros, então fica muito difícil, me desfazer de todos. Mas... alguns com certeza vão para os amigos ou bibliotecas.

Alguns.