Estive pensando nos livros que não li.
Quando era mais jovem eu me obrigava a ler até a última página, gostando ou não. Hoje menos paciente e mais segura do que gosto não me obrigo mais a tal feito.
Vou tentando e se perco o interesse, largo sem consciência pesada. Ou seja, encheu o saco, largo.
Muitos dos que não li, dei aos amigos ou a bibliotecas; outros deixei na estante para tentar quando for mais velha e paciente.
Vai aí uma lista:
• Uma História dos Povos Árabes – Albert Hourani – Deve interessar mais aos historiadores ou antropólogos. Difícil deglutir.
• Em Busca do Tempo Perdido – Marcel Proust – 7 volumes – Li os 2 primeiros
• O Relatório Buchenwald – Org. David A. Hackett – uma série de depoimentos e estatísticas dos prisioneiros libertados do Campo de Concentração de Buchenwald. Muito triste, mas também muito repetitivo. Sou obcecada com livros sobre o Holocausto, mas este não deu. Existem outros livros com depoimentos mais esclarecedores, poéticos e tristes, mas esclarecem de forma mais pessoal o sentimento do autor.
• As Mil e Uma Noites – Versão de Antoine Galland – Tradução de Alberto Diniz – Apresentação Malba Tahan – A compra dessa versão foi um erro. O tradutor podou tudo que ele achou “imoral e erótico”. Aconselho que comprem uma tradução em português mais confiável ou ler a tradução feita em inglês de Sir Richard Francis Burton. Ele foi um dos pioneiros a traduzir do árabe e não teve o menor escrúpulo em retirar as partes “picantes”, talvez, as mais interessantes.
• História Trágico-Marítima – Org. Bernardo Gomes de Britto – Sem comentários
• Deus Uma Biografia – Jack Miles – Chatérrimo
• História das Inquisições – Francesco Bethencourt – Sem comentários
• Ulisses – James Joyce – Quem disse que já leu, está mentindo. Traduzir Ulisses para o português, é como traduzir Grande Sertão, Veredas para o inglês. O tradutor não tem a menor chance. Se você é foda, leia o original. Eu não sou foda.
Agora, para não desanimar os leitores, o que eu li recentemente e amei:
• A Elegância do Ouriço - Muriel Barbery – Muito sutil e elegante. Precioso.
• A Menina que Roubava Livros – Markus Zusak – Lindo!!!!!!!!!
• O Grande Bazar Ferroviário – Paul Theroux – Para quem ama descrições de viagens, principalmente as de trem.
• O Rei de Havana e O insaciável Homem-Aranha – Pedro Juan Gutiérrez – Cuba em toda sua crueza e pobreza.
• As Benevolentes – Jonathan Littel – Têm de ter estômago ou culhões. Tive de ler duas vezes. Fiquei chocada, enojada, estarrecida, confusa, mas deve ser lido. Apesar de asqueroso, mostra o nazismo sob a perspectiva de um burocrata do partido, narrado na 1ª pessoa, totalmente amoral. Fiquei perplexa. Culpo o jornalista Marcinho Fagundes pela indicação e soube que um ou dois machos que vomitaram durante a leitura. É um desafio.
• O Caçador de Hereges – Luther Blissett – Para quem se interessa sobre o cisma da Igreja Católica na Alemanha com a Reforma de Lutero e a criação de várias outras seitas consideradas heréticas. Descreve o massacre da cidade Münster por causa dos anabatistas. Muito interessante.
Atenção: não desejo impor meu gosto literário a ninguém, são apenas minhas indicações. Se quiser ler Paulo Coelho, ok.