17 de dez. de 2008

Frida

....."Retratos agudos com terna emoção.
buscava - risonha - morena - botão.
gerúndio gerona
pardal alemão
garganta grená
gozada paixão....."

Extraído do Diário de Frida Kahlo

12 de dez. de 2008

Para o Anônimo

Fiquei feliz com a homenagem, mas gostaria que não fosse anônima. Obrigada assim mesmo pelos Olhos de Anjo.

9 de dez. de 2008

Chuva e amor

01:30 da madrugada.
Ele dorme ao meu lado e eu escuto a chuva caindo, fazendo um barulho tão reconfortante que dá vontade de chorar.
Seguro o sono como uma criança teimosa. Não me deixo levar, só para poder curtir um pouco mais do calor do seu corpo. Sua respiração lenta e o barulho da chuva me reconfortam.
Lembram-me as coisas rotineiras, bobas, que não ligamos no dia a dia, como o cheiro de amaciante na roupa de cama recém trocada, achar um trocado no bolso do jeans que foi lavado e passado, sentir um beijo na nuca que arrepia todos os pêlos..... Até o da própria nuca.
Vou segurando o sono e ele ainda dormindo, me abraça.
Depois disso, não tem jeito; eu sucumbo. Fecho os olhos e sonho que ele é o meu amor.

Ainda não.
Mas quem sabe?
Amanhã é um novo dia.

20 de nov. de 2008

A BIBLIOTECA DE BABEL



Quem leu o livro “A Biblioteca à Noite” de Alberto Manguel (Cia. Das Letras), sabe como as pessoas apegadas a seus livros os organiza.

Tem gente que os coloca em ordem alfabética pelo título, outros pelo sobrenome do autor e os mais fanáticos, usam o método das bibliotecas públicas (não sei como é), com fichinhas, índice para catalogação sistemática, e outras perfumarias.
As crianças costumam organizar na prateleira, pelo tamanho. Uma graça.

É óbvio que não tenho uma “biblioteca” como a do Mindlin nem a do Manguel, mas tenho uma estante de aço de bom tamanho bem espremida da primeira à última prateleira.

Domingo passado, 16/11, resolvi dar uma geral e colocar as coisas em ordem. A maior bagunceira de livros é minha progenitora, que não lê os clássicos, retira os demais e depois coloca aonde houver uma brecha.

Caramba! Parecia a Biblioteca de Babel do J. L. Borges!

Organizo os livros nas prateleiras por assunto, nada muito obsessivo, mas se tenho três livros de Dickens, espero encontrá-los junto.
Nada combinava.

Parece que a última faxina da “secretária” lá de casa combinou com a desordem da progenitora e elas resolveram organizar como lhes convinha, ou seja, coisa nenhuma.

Os “Cinco Escritos Morais” do Umberto Eco, viraram Cinco Escritos Imorais, pois estava no meio dos quadrinhos pornográficos do Manara e outros. Manara estudando Eco.

Junto aos clássicos (Balzac, Flaubert, Gogol, etc), encontrei os infantis que guardo para meus sobrinhos se divertirem quando vão à minha casa. Madame Bovary e Contos de Perrault, assim, juntinhos.

Hoje em dia, ando muito zen e não me estressaria tanto com a bagunça, se não tivesse comprado MUITOS livros e ainda não os li todos.

Vocês que estão acompanhando a história, já compreenderam que foi necessário arrumá-los , para que existisse uma lógica para eu localizar os inéditos, tá certo?

Às vezes tenho vontade de doar tudo. Ficar sem nenhum, mas sabe como é, também não estou assim tãooooo Zen o suficiente para dispor das coisas materiais e afinal de contas, muitos deles fazem parte da minha vida.

Viajei a muitos países, amei muitos homens e chorei por muitas tragédias através dos livros, então fica muito difícil, me desfazer de todos. Mas... alguns com certeza vão para os amigos ou bibliotecas.

Alguns.

18 de set. de 2008

METAMORFOSE




Metamorfose
Do grego μεταμόρφωσις (transformação)

Eu transformo
Tu transformas
Ele transforma
Nós transformamos
Vós transformais
Eles transformam

Será?
Fico pensando em quanto eu mudei nesses 44 anos de vida. Não só a aparência (envelhecer com dignidade é uma das coisas mais difíceis de assimilar), mas nas atitudes.

Fui ou sou mais apaixonada pela vida hoje que ontem?
Não sei a resposta. A única coisa de que tenho certeza, é de que o que passou, não volta mais. Brinco com minhas amigas quando compro uma roupa ou sapatos novos, e os uso no dia seguinte. O meu lema é: Nunca deixe pra depois o que pode usar hoje. Elas riem mas, já pensou se eu tenho um treco e fico com o armário cheio de coisas novas, com etiqueta de preço, livros na estante que vão ser vendidos aos sebos ou dados de presente a alguém que talvez não os aprecie como eu?
Minha vida nunca foi um palco iluminado mas sempre gostei dela.
Na maior parte das vezes, não gosto é de mim. Como quando falo com os amigos com mais verdade do que deveria, ou quando me apaixono por uma pessoa e não sou correspondida.

Minhas escolhas nem sempre foram as acertadas, mas existe uma lógica para se viver?

Então, voltamos à pergunta inicial. O quanto mudamos?

Eu fiquei mais mansa, gosto muito mais de sexo, escolho muito bem os amigos, não leio mais qualquer coisa, e tenho preferências musicais muito definidas.
Cansei de ser mãezona dos homens da minha vida (mea culpa), e não quero ser poderosa. O poder me enche o saco, me sobrecarrega, me deixa cansada. Quero agora alguém que faça escolhas por mim. Quero acalanto, mais que acalentar. Quero tratar o outro, como o outro me trata, não me esfalfar por ele. E quero mais que tudo abraços. Apertar, apertar e ser apertada nos braços de outra pessoa hoje para mim é um luxo sem precedentes.

Não gosto mais do barulho da cidade.
Não gosto mais de baladas em cafofos GLBT.
Gosto do meu colchão e do meu travesseiro. Da roupa de cama recém trocada. Dormir cada dia com uma camiseta diferente ou sem nada e sem Chanel Nº5.
Viajar é preciso, mas voltar é tudo de bom.
Dormir em uma pousada em Macacos num final de semana em que não tem ninguém.
Ler deitada na rede.
Dormir embolada com o homem que você acabou de transar e já conhece há muuuuuuito tempo (cara novo, a gente acorda e pensa que ele poderia ser uma pizza).
Aliás, cara novo, a gente tem de expulsar da cama depois de transar ou sair correndo da casa dele se for o caso. A gente só deve dormir com quem a gente conhece o corpo. A gente já sabe do que o outro gosta. Mesmo que ele faça sexo como um rapazinho do pré-vestibular e você quer o monstro meio sado-masô.

Não quero sofrer mais.
Não quero ser outra pessoa.
Quero morrer de amor.

Mudei ? ? ? ?

Para Lu

1 de set. de 2008

Sabadão à Tarde

Sambei, sambei, até ficar com dó de mim..... Já estava com um machucado na sola do pé que, é claro, piorou.

Domingo. Acordei de ressaca, o machucado do pé doendo pra caramba e ........completamente feliz. Parecia que todos os meus orgãos estavam em perfeita sintonia com minha cabeça. Felicidade pura.

Nada como uma farra bem acompanhada, começando às 4 da tarde e terminando por volta da 1 da manhã.

Esqueci de tudo. Do trabalho na segunda, nas contas obrigatórias (comêço de mês), do aniversário próximo, do machucado no pé.
Esqueci das obrigações, percalços, desventuras, dores, infelicidades, filosofia, história, literatura, trompete.

Só pensava em samba. O corpo suado, descabelada, a roupa já amarrotada. Cerveja gelada. Esqueci que precisava comer. Até do cigarro eu esqueci; um pouco.

Turma perfeita, todos os frequentadores no Estabelecimento, nem bonitos demais, nem feios demais. Só gente curtindo samba bom. Mauricinhos, Patricinhas, Descolados, Neo-Hippies, Pseudo-Cults, negros, mulatos branquelas, gente de todo tipo, como eu gosto.

Esqueci que era BH. Parecia que eu estava no Rio. Lá em Laranjeiras aonde todo boteco tem uma rodinha de samba.

Caiu a chuva, um corre-corre para colocar os toldos e a roda ataca “..........A chuva cai lá fora, você vai se molhar. Já lhe pedi não vai embora, espere o tempo melhorar.......” * Não fui embora. Fiquei lá. No maior tesão.
Esqueci que não sei sambar (tenho dois pés esquerdos) e sambei. Parecia aqueles bonequinhos com pilha Duracell. Só desliguei o interruptor, quando já não aguentava mais e a banda parou de tocar.

Domingo. Não tinha voz. Falei com uma amiga ao telefone (horas) e é claro a voz ficou pior.

Passei o dia TODO deitada, cochilando ou lendo. Descanso mais que merecido depois de tanta adrenalina. Resolvi sair só às 5 da tarde, para comprar uma Coca de 2 litros, pois a ressaca pedia urgência.

Devo confessar que à muito tempo não me divertia assim, e em homenagem a Dorival Caymmi, assino embaixo:

“Quem não gosta de samba bom sujeito não é
É ruim da cabeça ou doente do pé
Eu nasci com o samba, no samba me criei
E do danado do samba eu nunca me separei........ “

Este texto é para o meu caríssimo amigo M.


* A Chuva Cai (Argemiro/Casquinha)

21 de ago. de 2008

AUTOBIOGRAFIA PLAGIADA

Para L.



PREFÁCIO

“Se um outro se assemelha a mim, é porque eu sou alguém”

Marcel Proust


Capítulo I

“Se as paixões se excitam no olhar e crescem pelo ato de ver, não sabem como se satisfazer; o ver abre todo o espaço ao desejo, mas ver não basta ao desejo. O espaço visível atesta ao mesmo tempo minha potência de descobrir e minha impotência de realizar. Sabemos o quanto pode ser triste o olhar desejante.”
Jean Starobinski

Capítulo II

“....Eu descartava os dias em que não te vi,
como de um filme a ação que não valeu.
Rodava as horas pra trás,
roubava um pouquinho,
e ajeitava o meu caminho pra encostar no teu....”

Chico Buarque - Valsa Brasileira

Capítulo III

“Encostei-me em ti, sabendo bem que eras somente onda.
Sabendo bem que eras nuvem, depus a minha vida em ti.
Como sabia bem tudo isso, e dei-me ao teu destino frágil,
fiquei sem poder chorar quando caí.”

Cecília Meirelles – Epigrama nº8


Capítulo IV

“....... eu, medindo seus sentimentos pelos meus que nunca são mais ativos do que no meio da maior solidão, segui minha fantasia sem perseguir a dele e contente evitei a quem contente fugia de mim.....”

William Shakespeare - Romeu e Julieta

Capítulo V

“...... Tá na hora de acordar, sinhazinha
Que tem muito o que fazer
Tem cabeça pra tratar
Tem que ler Caderno B
Tá na hora de acordar
Tem a vida pra viver
Tem convite pra dançar
Telefone pra você
Namorado pra brigar
Vinho branco pra esquecer.......”

Chico Buarque – Sinhazinha


Epílogo

“..... Eu procuro um amor
Que ainda não encontrei
Diferente de todos que amei.
Nos seus olhos quero descobrir
Uma razão para viver
E as feridas dessa vida
Eu quero esquecer.....
Procuro um amor que seja bom pra mim
Vou procurar eu vou até o fim
E eu vou tratá-lo bem
Pra que ele não tenha medo
Quando começar a conhecer os meus segredos....”

Frejat - Segredos

31 de jul. de 2008

TROMPETE

A rotina é mais ou menos assim:



Alongamento básico, sacode os braços, estala os dedos, faz careta; vira a cabeça em todas as direções, levanta os ombros, e o que todo mundo sabe fazer de básico para alongar o corpo da cintura para cima. Mais caretas.



Inalações profundas. Lentas e silenciosas em 2 tempos: inala, exala, inala, exala.

Encha (sem constragimento, segundo meu teacher) a caixa toráxica, pulmão mesmo, até o ápice. Exale e........ chega de falar de preparação.



Molha os lábios, afila-os e coloca o bocal na posição correta. Assopra pensando em Dó e......... sai Sol e olha que o Sol é mais difícil de tirar que o Dó. Que bosta!

Dava pra ser um instrumento mais fácil?

Não. Não dava.

Metade de BH me ligou: Cassinha, porque trompete??????????????

Olha gente, não sei. Juro que não sei.

Eu queria tocar sanfona, mas em BH só achei um cara muiiito exigente que queria que eu comprasse um acordeon de 80 baixos da marca Scandalli (Italiana) Maestrina. Ah, ah! Zero quilômetro é o preço de um carro pop, e usado dá pra comprar uma moto zero.

- O senhor aceita outra?

- Não. Cuidado com o que comprar, pois é tudo porcaria importada da China, Vietnã, Coréia, etc.

Eu só visualizei as criancinhas chinesas montando as sanfonas e o trabalho escravo nos países orientais. Desisti.



A verdade é que eu não escolhi o instrumento. O instrumento me escolheu. Passeei nas lojas e fiquei apaixonada pelo dito cujo. Completamente caidinha. Seu brilho, sua classe e seus pistons. Três. Só três e estão me fazendo penar.

Escuto minha mãe: - Cassinha, será que vai sair alguma coisa daí minha filha?.........

Grito: - MÃE MADRASTRA! Dá pra dar uma forcinha???!!!!!!

Não dá.

Pago um professor para me ensinar e, mesmo talvez sendo mentira, me incentivar e dizer que vou ser boa.



Para falar a verdade, sem modéstia alguma, esperem: Eu vou ser boa!

Juro!



À propósito, acho que o meu trompete é importado da China. Fazer o quê?
Este texto é para o meu amigo Marcus Urias. Ele sabe por que.

16 de jul. de 2008

A Bolsa Nossa de Cada Dia



Caras Amigas,

Escrevo para as amigas, pois poucos amigos entenderão. Bolsa de mulher é um mistério.
Fui consumista inveterada, então tenho muitas. Pequenas, mochilas, carteiras, habillès, com paetês, com bordados, lisas, com listras, de oncinha, de zebra, de bolinhas e as gigantes, hoje chamadas shopping bags, que apesar de pesarem uma tonelada com certeza são as prediletas.

Hoje, na minha bolsa:

• Óculos de sol com caixa,
• Óculos de grau com caixa,
• Caixa da lente de contato (lente mesmo. Só uso em um olho),
• Absorvente íntimo,
• MP3,
• Bloco de notas,
• Canetas (umas três, pois costumo roubar sem querer aquelas Bic horrorosas e sem a tampa),
• Lápis de olho,
• Rímel,
• Batom,
• Carteira de grana (sem grana),
• Carteira de cartões de crédito (sem crédito),
• Solução de desinfecção multi-propósito para a lente de contato (tá escrito assim),
• Celular,
• Porta-níquel,
• Comprovante de pagamento da mensalidade da Escola de Música (todo amarrotado),
• Elástico para prender cabelo,
• Um clipe,
• Um extrato do caixa rápido da CEF (todo amarrotado também),
• Um cartão comercial da loja Mercado (tudo lá é lindo),
• Um cartão comercial imenso do Brechó Brilhantina,
• Um cartão comercial da doceria Frau Bondan (o melhor pão de mel de BH),
• Um cartão comercial do Muzzi Tatoo Lounge Bar (deve ser do Rogério, irmão do Fred Muzzi),
• Um cartão com dados para emissão de nota fiscal do Sempre Um Papo,
• Um “unhex” (aquele cortador de unhas para homem, só que de tamanho pequeno),
• Um chaveiro velho de couro com toneladas de chaves,
• 2 maços de cigarro,
• 1 isqueiro de plástico (parei de beber, mas não parei de fumar),
• Uma camisinha,
• Uma agendinha de telefone do ano de 199.... Porque virginiana não confia em tecnologia e tem de colocar as coisas no papel. Quem já perdeu celular e não tinha agenda telefônica, sabe o que estou dizendo,
• Escova de dentes,
• Creme dental,
• Fio dental,
e por último, mas não menos importante,
• Um frasco de Rinosoro SIC 3% (sinusite).
Só!

Hoje não carrego nenhuma sacolinha de plástico, mas normalmente, sempre tenho uma, com um livro ou um par de sapatos para conserto, ou sombrinha, ou blusa de frio, ou sei lá mais o quê...

Coisas que nunca carrego:

• Escova de cabelos (tenho-os encaracolados),
• Pente (idem),
• Agenda (detesto). Coloco tudo no celuleca,
• Espelho.

Estão achando muito? Pois a mulher que não tiver em sua bolsa pelo menos 75% do que eu citei, que atire a primeira pedra!

E você? O que tem dentro da sua bolsa?

15 de jul. de 2008

Metáforas.....

Metáforas



Fernando Pessoa atribuiu a frase “Navegar é preciso e viver não é preciso” aos navegadores antigos. Os românticos atribuem a frase a Fernando Pessoa. Lindo de morrer não é?

A frase não é dele nem tem o belíssimo sentido metafórico e interpretações que vi vários internautas darem à mesma. Na verdade a frase é de Pompeu.

É isso mesmo, o General Pompeu na época do triunvirato Pompeu, Crasso e Júlio César. (Navegare necesse; vivere non est necesse). Pois nosso amigo Júlio precisava urgentemente de reforços náuticos para vencer as Gálias (Cisalpina, Narbonense, Trânsalpina e outros vários povos considerados gauleses, mas com nomes inúmeros e inúmeros vilarejos). Sabendo-se disto, dá pra entender que de metáfora a frase não tinha nada. Foi pura, límpida, clara.

Lutaremos até a morte.

Minha “pauta” de hoje com minha terapeuta foi que a gente não vive de metáforas e ela forçosamente me convenceu que no amor, sim.

Será?

Será que precisamos mesmo nos refugiar nas letras para podermos levar uma relação às vias de fato com todos as delícias e dissabores que o amor/desamor nos traz?

Tenho tentado, nos últimos tempos, não ser tão racional, tão linear, mas devo confessar que para mim é difícil.

Não que eu não seja romântica, nem simpática ao amor “cortês”. Gosto de portas de carro sendo abertas para minha entrada, gosto de flores (há séculos não recebo) e jantares à luz de velas. Mas não gosto de advinhações nem meias-palavras. Não gosto de jogos cruéis.

Esse negócio de “um tapinha não dói” é coisa de iletrado ou masoquista. Um tapinha (que pode ser uma palavrinha ou uma metaforazinha) pode doer e até matar um amor.

A metáfora pode ser útil quando estamos cortejando ou seduzindo alguém, mas há quem não entenda a mensagem.

Não pensem que o sujeito seja burro. Às vezes a metáfora não é clara, então sou a favor da transparência. Curta e grossa.

Teamonãoteamo. Tequeronãotequero. Canseidenósdois. Teadorotedetesto. Precisamosmelhorarnossarelação.

Vocês acham cruel?

Eu não. A clareza liberta o outro. Ele sofre? Claro, mas não cultiva ilusões.

Pensem com bastante cuidado.

Eu já pensei.

Prefiro um não direto do que um talvez, um dia, quem sabe......

Beijos esperançosos a todos.

10 de jul. de 2008

Não Vou deixar........

Resolvi que não vou me deixar abater por pouca coisa. Nem por muita.
Como diria Caetano Veloso "....muito é muito pouco....".
O trumpet resolveu fazer às pazes comigo (professor e horário novos) e a música é o que me alimenta.Aliás, no jazz, menos é igual a mais
Meu mp3 está quase explodindo, preciso urgente de uma reciclagem, mas como apagar Fausto Fawcett, Chavela Vargas, Chet Baker, Nina Simone, Gotan Project, Moby...... Zeca Pagodinho, Ella Fitzgerald, Seu Jorge, Jorge Benjor..... e colocar o quê no lugar deles? Parece um samba do afro-brasileiro louco (agora a gente tem de ser politicamente correto. Crioulo, nem pensar!).
Quem quiser me dar umas dicas de música, não recuso.
Com graves excessões de pagodes, sertanejos e axés, fico quase feliz com tudo.
Espero respostas que me ajudem.
Beijos a todos
Cassinha

Junho....Julho.....



Caros Amigos,

Não sou muito de reclamar da vida. Sempre fui muito conformada com aquilo que vem ou o que vai, mas devo dizer que junho e julho, estão parecendo o meu Halloween. Foram tantas notícias desagradáveis, que começo a pensar que fazer 44 anos deve ser uma maldição daquelas bravas.

Amiga que terminou namoro e é super dependente de companhia, amiga com câncer na tireóide, uma amiga que morreu na mesa cirúrgica (tá certo que ela não era mais uma mocinha, mas mesmo assim, descobrir numa angioplastia na perna que está com tudo entupido e morrer na mesa de operação, é foda), uma amiga que faz uma inconfidência a seu terapeuta e este faz a mesma inconfidência ao meu (mesma clínica de loucos) e agora o terapeuta (o meu) acha que eu quero morrer, amiga com sérios problemas na justiça .....vamos combinar, São João, São Pedro e Santo Antônio, não gostam de mim. Não vou a nenhuma Festa Junina e Julhina este ano. Me recuso.

Só saio de casa de segunda à quinta, pois no fim de semana, tenho medo da farofada. Quando eu saio, vou aos mesmos lugares para não correr o risco de encontrar quem não devo.

Fico super excitada com uma indicação de livro de um jornalista amigo (te mato Marcinho Fagundes), 892 páginas, 80 pratas e descubro o personagem mais amoral de toda literatura mundial. Leia-se AMORAL não IMORAL porque um pouco de sacanagem é sempre necessário. O livro é tão pesado que acho que vou doar. Não sei se quero “aquilo” na minha estante conspurcando meus amores. Agora quero ficar seis meses lendo Cecília Meirelles e Manuel Bandeira, mesmo assim se a leitura ficar muito melancólica, vou ler livros infantis.

Todo mundo que me conhece muito, sabe que eu detesto computadores, mas, foi a única maneira de desabafar sem ficar dependurada no telefone gastando fortunas (meu celular foi roubado, clonado, recebi de volta, mas não confio nele mais). Aliás não sei mais em quem ou o que confio.

Meu trumpet, me detesta, mas continuo firme e forte com os vizinhos reclamando "êh buzina véia!!!!!!!!!!!!"

Mas ainda assim, me faz feliz saber que Fabiana e Paula estão se amando, Daniela e Mário ficaram noivos (logo vocês, tão modernos), Marcela está com um rabicho em Ouro Preto (ela não assume, mas está), o Adam está rindo à toa porque está apaixonado, e eu gradualmente esqueço meu passado recente.

E como diria Bob Marley “don’t worry, about a thing, cause every little thing gonna be all right e ou para os jazzistas: - Bob MacFerrin : Don’t worry, be happy.



La vitta è bella. Apesar dos percalços........



Beijos a todos e juro, tentando não errar.

Cassinha