Metáforas
Fernando Pessoa atribuiu a frase “Navegar é preciso e viver não é preciso” aos navegadores antigos. Os românticos atribuem a frase a Fernando Pessoa. Lindo de morrer não é?
A frase não é dele nem tem o belíssimo sentido metafórico e interpretações que vi vários internautas darem à mesma. Na verdade a frase é de Pompeu.
É isso mesmo, o General Pompeu na época do triunvirato Pompeu, Crasso e Júlio César. (Navegare necesse; vivere non est necesse). Pois nosso amigo Júlio precisava urgentemente de reforços náuticos para vencer as Gálias (Cisalpina, Narbonense, Trânsalpina e outros vários povos considerados gauleses, mas com nomes inúmeros e inúmeros vilarejos). Sabendo-se disto, dá pra entender que de metáfora a frase não tinha nada. Foi pura, límpida, clara.
Lutaremos até a morte.
Minha “pauta” de hoje com minha terapeuta foi que a gente não vive de metáforas e ela forçosamente me convenceu que no amor, sim.
Será?
Será que precisamos mesmo nos refugiar nas letras para podermos levar uma relação às vias de fato com todos as delícias e dissabores que o amor/desamor nos traz?
Tenho tentado, nos últimos tempos, não ser tão racional, tão linear, mas devo confessar que para mim é difícil.
Não que eu não seja romântica, nem simpática ao amor “cortês”. Gosto de portas de carro sendo abertas para minha entrada, gosto de flores (há séculos não recebo) e jantares à luz de velas. Mas não gosto de advinhações nem meias-palavras. Não gosto de jogos cruéis.
Esse negócio de “um tapinha não dói” é coisa de iletrado ou masoquista. Um tapinha (que pode ser uma palavrinha ou uma metaforazinha) pode doer e até matar um amor.
A metáfora pode ser útil quando estamos cortejando ou seduzindo alguém, mas há quem não entenda a mensagem.
Não pensem que o sujeito seja burro. Às vezes a metáfora não é clara, então sou a favor da transparência. Curta e grossa.
Teamonãoteamo. Tequeronãotequero. Canseidenósdois. Teadorotedetesto. Precisamosmelhorarnossarelação.
Vocês acham cruel?
Eu não. A clareza liberta o outro. Ele sofre? Claro, mas não cultiva ilusões.
Pensem com bastante cuidado.
Eu já pensei.
Prefiro um não direto do que um talvez, um dia, quem sabe......
Beijos esperançosos a todos.
De todos os tamanhos.
Há 15 anos
então Cassinha,
ResponderExcluire eu que achava até pouco tempo que "Navegar é EXATO, Viver não é EXATO"...
Bom, também demorou uma data para descobrir a santíssima Trindade. Achava que era um quarteto (Pai, Filho, Espírito, Santo)...
Cada um vê a vida como bem quer!
Oi Lola.
ResponderExcluirNavegar pode ser EXATO. O Amyr Klink sabe disso como ninguém e, realmente, viver não é EXATO.
Quanto Quartíssima Trindade......
Tá certíssima. Cada um na sua, e graças a alguém (pode ser Alah), viva a diversidade!!!!!!!