8 de jun. de 2009

La Cucaracha



Sempre que acabo um relacionamento na minha vida, primeiro sinto uma sensação horrível de fracasso, depois aquele luto acompanhado da dor lancinante no coração; aquela nostalgia e tristeza por ter perdido aquilo que poderia "ter sido" e, finalmente a cura acontece e a gente se sente indiferente.
A indiferença vem aos pouquinhos.
Começo a sair à noite evitando lugares que possivelmente, mas não provavelmente possa encontrar o sujeito; daí a pouco percebo que já estou freqüentando qualquer lugar despreocupadamente e... finalmente, arrumo um rabicho. Nada sério, mas um cafuné, um cineminha, sexo com certeza, mas a certeza também de que isso não vai se tornar uma coisa séria.
Não sei se acontece o mesmo com todas as mulheres, mas de alguma maneira todo mundo tem seu método de "desencanto".
Tenho desafetos que viraram grandes amizades e outros, não têm escapatória. Fiquei tão ferida que não consigo ter nenhum tipo de relacionamento social com a figura. Vejam bem, não é raiva. É uma espécie de desprezo por mim e pelo sujeito. Um nojinho.
Mas este preâmbulo todo é para contar que o mais divertido de se curar de um grande amor, no meu caso, é "matar" o cara. Claro, clarísssimo que é uma coisa ficcional. Sou doidinha, não psicopata.
Enumeremos (não todos):
• Ex-marido - acidente automobilístico;
• Engenheiro gostoso - morreu afogado com o Leonardo DiCaprio e a Kate Winslet no Titanic (tava na moda);
• outro Engenheiro (super inseguro) morreu no atentado às Torres Gêmeas. Esse então deu o maior Ibope, pois o cara era muito pop e os especuladores sempre vinham atrás de mim, sabendo muito bem que ele nem estava mais no Brasil: "Cassinha! E o fulano? Vai bem?" A cara-de-pau respondia bem séria: "Sabe não? Morreu na queda do World Trade Center!!!!" Coitado..."
• Depois deste, teve um que morreu no grande Tsunami enquanto eu passava o Ano Novo num sítio, tomando champagne e comendo mariscos;
• O último morreu de forma espetacular. Sofri tanto que primeiro o transformei em uma barata (desculpe-me o plágio, Kafka). Fiquei dias imaginando que o cara era uma barata. Saí para a garagem do prédio e pronto! Tava lá! Uma baratona enorme e cascudona. Pisei com força sem titubeio nem nojo com minhas Havaianas alaranjadas. Certeiro o golpe, só que deixou uma gosminha na sola.
Paciência, nem sempre a gente consegue se livrar de tudo. Às vezes fica uma gosma mesmo.
Essa semana quase matei um amigo no conflito da Somália, mas voltei atrás. Amigo é mais difícil de matar.
Mas nada a comemorar ou lastimar.
Sou como os felinos. Caio do alto, mas aterrisso em pé.

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