
Caros Amigos,
Não sou muito de reclamar da vida. Sempre fui muito conformada com aquilo que vem ou o que vai, mas devo dizer que junho e julho, estão parecendo o meu Halloween. Foram tantas notícias desagradáveis, que começo a pensar que fazer 44 anos deve ser uma maldição daquelas bravas.
Amiga que terminou namoro e é super dependente de companhia, amiga com câncer na tireóide, uma amiga que morreu na mesa cirúrgica (tá certo que ela não era mais uma mocinha, mas mesmo assim, descobrir numa angioplastia na perna que está com tudo entupido e morrer na mesa de operação, é foda), uma amiga que faz uma inconfidência a seu terapeuta e este faz a mesma inconfidência ao meu (mesma clínica de loucos) e agora o terapeuta (o meu) acha que eu quero morrer, amiga com sérios problemas na justiça .....vamos combinar, São João, São Pedro e Santo Antônio, não gostam de mim. Não vou a nenhuma Festa Junina e Julhina este ano. Me recuso.
Só saio de casa de segunda à quinta, pois no fim de semana, tenho medo da farofada. Quando eu saio, vou aos mesmos lugares para não correr o risco de encontrar quem não devo.
Fico super excitada com uma indicação de livro de um jornalista amigo (te mato Marcinho Fagundes), 892 páginas, 80 pratas e descubro o personagem mais amoral de toda literatura mundial. Leia-se AMORAL não IMORAL porque um pouco de sacanagem é sempre necessário. O livro é tão pesado que acho que vou doar. Não sei se quero “aquilo” na minha estante conspurcando meus amores. Agora quero ficar seis meses lendo Cecília Meirelles e Manuel Bandeira, mesmo assim se a leitura ficar muito melancólica, vou ler livros infantis.
Todo mundo que me conhece muito, sabe que eu detesto computadores, mas, foi a única maneira de desabafar sem ficar dependurada no telefone gastando fortunas (meu celular foi roubado, clonado, recebi de volta, mas não confio nele mais). Aliás não sei mais em quem ou o que confio.
Meu trumpet, me detesta, mas continuo firme e forte com os vizinhos reclamando "êh buzina véia!!!!!!!!!!!!"
Mas ainda assim, me faz feliz saber que Fabiana e Paula estão se amando, Daniela e Mário ficaram noivos (logo vocês, tão modernos), Marcela está com um rabicho em Ouro Preto (ela não assume, mas está), o Adam está rindo à toa porque está apaixonado, e eu gradualmente esqueço meu passado recente.
E como diria Bob Marley “don’t worry, about a thing, cause every little thing gonna be all right e ou para os jazzistas: - Bob MacFerrin : Don’t worry, be happy.
La vitta è bella. Apesar dos percalços........
Beijos a todos e juro, tentando não errar.
Cassinha
Deve mesmo haver com você algo fora do normal.
ResponderExcluirQue razão haveria para uma simples mortal se ver cercada por tantas tragédias simultâneas e ter em sua porta as dores de amor, de alma e de corpo de quase todos os que conhece?
Por que motivo iriam parar em seus ouvidos as lamúrias, as confissões, as iras e paixões de tudo quanto é figura, meu Deus?
Desconfio, Casseta, que antes de ser azar ou inferno astral, isso diga muito sobre você:
Sangüínea, visceral, é a amiga que vive nossas dores e alegrias com a mesma intensidade que nós mesmos, os donos delas.
Morre da raiva que sinto de quem me ferra.
Chora a dor de meu sofrimento.
Até reza pra que haja luz em meu caminho.
E se algo me faz feliz, você se alegra de uma forma tão bonita, tão verdadeira, que dá gosto te dar a notícia.
Penso que com isso, viramos todos estrupícios que deixam você muito cansada na mesma proporção em que é intensa no compartilhar.
Eu poderia te pedir perdão, sabe? Mas não me habituo mais a não contar com você.
Talvez não sejam seus meses de azar.
Possível que sejam os nossos meses de azar, e o seu de nos aguentar acumulados.
Mas bons e grandes amigos são tão raros quanto imprescindíveis, e tudo o que vou poder prometer serão as melhores notícias em primeira mão assim que me chegarem aos ouvidos, porque você as merece tanto quanto eu.
Obrigada por sua lealdade, por sua forma incondicional de amar.
Um beijo enorme.
ulerSeu espaço minimalista, rico em detalhes e cheio de desabafos....adorei Cassinha, parabéns por se expressar tão bem...e vc que mencionou a amada Cecília Meireles (uma das minhas favoritas), segue um poema que adoro. Beijos
ResponderExcluirNem tudo é fácil
É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
Se você errou, peça desculpas...
É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou com você, perdoa-o...
É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga...
É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar
alguém que queira escutar?
Se alguém reclama de você, ouça...
É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o...
É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz?
Nem tudo é fácil na vida...Mas, com certeza, nada é impossível
Precisamos acreditar, ter fé e lutar
para que não apenas sonhemos, Mas também tornemos todos esses desejos,
realidade!!!
Cecília Meireles