28 de nov. de 2011

Carcácolis!
Mais de uma ano sem postar nadiquinha de nada!
Eu estava mesmo sem inspiração (acho que ainda estou), mas vou ver se agora começo a escrever de novo. Dificultosamente.
Bjos a todos.

3 de out. de 2009

CONSELHO AOS HOMENS

Poucos escreveram e amaram as mulheres como Vinicius de Moraes. Hoje ele me parece um poeta/escritor relegado a um plano secundário e imerecido, mas Vinicius escrevia sobre nós como ninguém.

Agora, se um cara quer conquistar uma mulher, tem de ser o Chico Buarque.
O Chico conseguiu uma das maiores façanhas (acho eu), que foi encarnar a alma de uma mulher.
Eu escrevo sobre os homens, mas não consigo me colocar no lugar deles, por isso, meus textos sempre ficam com um tom de crítica, pois apesar de ser muito fálica, ainda assim não me reconheço em um papel masculino.

Vamos ao Chico então:

"...Bonita pra que os olhos do meu bem, não olhem mais ninguém, quando eu me revelar..." (A Mais Bonita)

"...Quero ficar no teu corpo feito tatuagem
que é pra te dar coragem
pra seguir viagem
quando a noite vem
E também pra me perpetuar em tua escrava
que você pega, esfrega, nega
mas não lava..." (Tatuagem - Chico e Ruy Guerra)

"...Eu sou sua alma gêmea
sou sua fêmea
seu par, sua irmã
Eu sou seu incesto
sou perfeita porque
igualzinha a você
eu não presto
eu não presto..." (Sob Medida)

Quando a gente escuta uma música do Chico, a gente sempre acha que foi feita para nós.
Tem sempre uma que se encaixa na nossa vida de mulher.
Eu ainda sou privilegiada, pois tem "A Rita" e meu pai sempre cantava pra mim. Eu achava que a música era minha.
Então rapazes românticos (ou os que querem ser passar por tal)escrevam um cartão com um pedaço de canção do Chico, (não esqueçam de colocar o crédito, pois não há nada mais ridículo que receber um texto plagiado de alguém) e um belo bouquet de flores e a moça tá no papo.
Agora se você conhece algum compositor romântico ou a moça é chegada em breganejo, tá valendo.
Boa sorte.

Obs. As músicas foram retiradas do livro "TANTAS PALAVRAS" do Chico Buarque, com Todas as Letras e reportagem biográfica de Humberto Werneck, editora Companhia das Letras.

2 de out. de 2009

FAMÍLIA



Minha família é foda.
Não conheço gente mais debochada e crítica.
Novela, só para arrumar apelidos.
Somos divertidos, barulhentos e gostamos de bobagens.
Minha mãe rem 71 anos e tem memória para todas as piadas que os outros contam. Somos o Casseta&Planeta familiar.

Hoje vou postar um texto (Poesia de Plautus Cunha musicada por Falcão no CD "Do penico à bomba atômica"), que minha mãe gosta de declamar para os pequenos acima de..... sei lá quantos anos.
Obs. Sou a menos debochada.

Lá vai:

Lá no alto daquele cume
Eu plantei uma roseira
O vento no cume bate
A rosa no cume cheira

Quando cai a chuva fina
Salpicos no cume caem
Formigas no cume entram
Abelhas no cume saem

Quando cai a chuva grossa
O barro do cume escorre
A água do cume desce
E o mato no cume cresce

Quando cessa a chuva
No cume volta a alegria
Pois volta a brilhar de novo
O sol que no cume ardia

Pela poesia, vocês podem imaginar porque todos os sobrinhos-netos e netos adoram minha mãe. Desde os pequenos, até os que estão na faculdade.

2 de ago. de 2009

MANSOS X BRAVOS


No sermão das Bem-Aventuranças, Jesus diz:
"Bem-aventurados os mansos, pois eles herdarão a terra" (Evangelho de Mateus, capítulo 5, versículo 5).
É gente, não vou herdar nada porque de mansa nem o olho de gato na minha cara.
Venho de uma família de mulheres bravas. Talvez das três, a menos seja a Vanessa, mas é melhor não pisar no calo dela.
Meu pai sofria, com esposa e três filhas em casa. Nenhum menino para ele agradar com carrinhos Matchbox.
Normalmente, na minha vida diária, não sou brava. É preciso uma provocação.
Sou discreta, leal, fiel e nem um pouco curiosa.
Se ninguém quer me contar nada pessoal, eu não pergunto nada e se disser que é segredo, sou capaz de esquecer a conversa.
Não gosto de injustiça e mau caratismo, o resto perdoo. Fofoqueiros de plantão, "lingudos" (palavra que meu sobrinho "pegou" do meu cunhado Juninho para o nosso deleite, ao invés de linguarudos), retardatários, falantes, mudos, não me incomodam.
Se estou em uma mesa e o papo começa a me encher, faço uma cara de landscape e me abstraio totalmente. Fico completamente surda.
Mas se a coisa foge do controle e sobra pra mim, aí não tem perdão. A língua é ferina e o humor é cáustico. Palavrão, só se estiver muiiiiito bêbada senão uso a mais linda "Flor do Lácio". Portugues curto e grosso.
Difícil passar pela minha ira impune. Sou devota de São Jorge Guerreiro e filha de Iansã (Santa Bárbara das tempestades e raios).
Para o Pedro Paulo, mais culto e romântico, sou Sturm Und Drang (Tempestade e Ímpeto).
Mas sou uma irada pré-arrependida. Quase imediatamente após a explosão, já me arrependi e, se no caso, o atacado for amigo (a) do peito, peço desculpas quase imediatamente após o ocorrido.
Mas se não for amigo, o desafeto passa a ser um ser invisível, indiferente, pois não sou rancorosa. Dou a porrada, viro de costas e esqueço o ocorrido.
Na verdade, sou uma mistura de feirante italiano com prima-donna de ópera.
Acontece de eu receber um "escabadá" e ficar quieta na hora, por causa do ambiente ou de quem estiver por perto e não tem nada a ver com a coisa, mas aí a situação piora consideravelmente do que se eu tivesse respondido na "bucha".
Meus amigos (as)já sabem, se eu não responder na hora, o pobre vira desafeto mesmo.
Sem raiva, sem ódio, mas uma indiferença gélida. E detesto aquele ditado babaca (dou um boi para não entrar em uma briga, e uma boiada para não sair). Coisa de ignorante.
Ah! Como invejo os mansos!
Não ficam com dor de estômago, não enrubescem, não balançam os braços de um lado para outro.
Mas cada um tem suas armas para se defenderem na vida.

- Existem os mansos bons, mansos mesmo. Recebem o tapa na cara e vão para casa chorar. Não se defendem.
- Existem os mansos fingidos. Se mostram compreensíveis, condescendentes e querem te deixar com culpa. São a pior espécie de mansos, os dissimulados. Conheço alguns.
- Existem os mansos sonsos. Fingem que não é com eles.

- Existem os bravos por impulso. Se arrependem, ficam com dor de estômago, pedem desculpas e vão a terapia.
- Existem os bravos cretinos. São maus e fazem para ferir, ver o outro sofrer.
- Por fim, os bravos malucos. Atacam e depois esquecem. Não se lembram de jeito nenhum.

É como eu disse antes. Cada um usa suas armas, pois como observou Guimarães Rosa, "viver é muito perigoso".